A minha pitoquinhas!

A minha pitoquinhas!
Gabriela, 3.450 g, 50 cm, 15.06.2011

sábado, 13 de agosto de 2011

Relato de parto - parte 1


Eu li muitos relatos de parto na blogosfera e também vi vídeoblogs no youtube sobre o tema e isso me ajudou bastante a controlar um pouco a ansiedade para o parto. Até hoje, se entro num blog que eu não conhecia, vou logo procurar o post sobre o parto, porque acho muito emocionante e interessante como cada pessoa vive esse momento. Como não estou no Brasil, e sim na Suiça, eu não tive que lutar por um parto natural como vi muitas mães na blogosfera relatarem. Bem, aqui na Suiça as coisas são diferentes. O seu GO não vai ficar te oferecendo cesária. Aliás, o médico nem sequer te dá essa escolha – aqui não tem essa de oferecer cesária como se fosse um item de menu que você pode escolher. Eles partem do princípio de que você terá um parto natural e, apenas caso seja necessário – por causa de doença ou sofrimento fetal – uma cesária de emergência é realizada.

Então que nas últimas semanas de gravidez, eu já estava assim super ansiosa para ter logo a Gabriela. Por um lado, porque a gravidez já tinha me cansado o suficiente - eu tive assim uns enjôos matinais do início ao fim (sabe aquela vômito amarelo??? Aff), e após o jantar também me sentia mal (tinha que me deitar no sofá e tentar relaxar), além de que no fim do dia minhas pernas estavam sempre inchando; a Gabriela me chutava pra caramba se eu deitasse de lado, de forma que algumas vezes eu tinha que dormir meio que sentada e minhas costas doíam... Por outro lado, eu tinha muito medo do tal parto natural. Como a Lia do blog Um dois, três, saco de farinha fala nesse post aqui, essa história de uma melancia passar pelo buraco onde cabe um limão, me dava arrepios. Eu sei que muita gente fala da beleza do parto natural, mas eu sou bem medrosa e quando via aquilo não conseguia pensar que era natural não. Achava um horror! Não que eu quisesse cesária, porque também achava horrível! Hehehhehe, de preferência, eu queria que a Gabriela nascesse sem que eu tivesse que passar por nem um nem outro (impossível, né? Daí a minha ansiedade!!!!).

Enfim, escolhido o hospital (que aqui você tem que decidir por volta da semana 32), eles te convidam a ter um encontro com as parteiras do hospital para discutir as suas preferências para o parto lá pela semana 36. Na Suiça, os partos são realizados por parteiras (a tal Hebamme) mesmo no hospital. Tem sempre um médico residente para acompanhar o parto (e dar os pontos, caso tenha que fazer a episotomia ou caso rasgue mesmo), e caso seja necessário a cesária, tem um médico mesmo (que aqui eles chamam de Oberartzt) sempre de plantão para realizar esse procedimento. Então que o médico que te acompanhou durante toda a gravidez não faz o parto. O parto é feito pela parteira que tiver de plantão naquele dia. Como eles oferecem a conversa com a parteira, eu marquei a minha consulta com a Hebamme para discutir o que eu queria do parto. Eu não tinha muitos planos não – eu só sabia que não queria parto na água (porque li que não é mesmo a melhor opção – quem sabe um dia possamos discutir esse tópico?) e que queria sim a epidural. Pois é, minha gente, eu queria parto com intervenção sim. Já que ia passar por essa experiência maluca de parir um filho, eu queria tirar as dores alucinantes de cena. Foi essa a única coisa que eu pedi mesmo e perguntei a parteira até quando se podia tomar a epi – afinal muita gente diz que após uma certa dilatação, eles não dão mais. Ela disse que eles davam a epi a qualquer tempo. Sabe, eu tinha feito questão de ir até lá dizer que eu queria sim a epidural, porque uma colega de trabalho que é suiça, me contou que quando teve a filha dela (dois anos antes), a parteira se recusou a lhe dar epidural, embora ela pedisse e implorasse pela anestesia. A parteira era contra e praticamente fez ela ter o filho na cara e na coragem. Outra amiga minha portuguesa que tinha tido o filho em janeiro também não recebeu anestesia nenhuma, embora ela tenha chegado a assinar o termo de responsabilidade e tudo. E olha que eles tiveram que usar a ventosa com ela, e o parto foi super sofrido. Mesmo assim nada de anestesia. Aff, esses relatos me deixavam ainda mais nervosa. Como assim meu Deus? Você pede a porra da anestesia e ninguém te dá?

Aqui existem as noites de visita ao hospital – onde eles te dão um tour pela maternidade – de forma que você possa escolher em qual hospital deseja ter o bebê. Daí, que eles dão planfeto explicando as possibilidades de anelgesia (acumputura, banheira, massagem, aquele gás pra aspirar e a epidural). Eles dizem que você pode escolher o método e dizem que a epidural é muito segura e tal. Tudo lindo e maravilhoso – passando assim a imagem de que você pode escolher e vai ser do jeito que você quiser! Bem, pra adiantar a informação, eu pedi a epidural do início ao fim – e recebi alguma? Nada. Esse sonho de parto sem intervenções que muita mãe descreve, eu tive, detalhe: sem pedir por ele, aliás, implorando por uma intervençãozinha chamada epidural.

Bem, que nessa consulta eu também perguntei sobre os chás – a colega suíça me disse que a parteira dela falou que ela tinha que tomar o chá das folhas da framboesa, porque esse chá ajuda a afinar a cervix e que daí o parto é facilitado. Como ela disse que a mulher recomendou tomar o chá após a 36. semana, eu fui perguntar se devia tomar o chá também. A parteira que me atendeu falou que eu podia tomar o chá se quisesse e que esse chá podia ser tomado durante toda a gravidez sem problema. Só os chás de canela, cravo ou gengibre, que deveriam ser evitados no primeiro e segundo trimestre, mas que agora, se eu quisesse tomar para ajudar a ter o parto não tinha problema. Então minha gente que eu fui na farmácia e comprei o tal chá de framboesa (que não é nada gostoso, mas dá pra tomar) e pra matar dois coelhos com uma cajadada só, eu colocava um pauzinho de canela no chá – que devia ajudar no parto e certamente dava uma ajudinha no sabor! Eu não sei se o chá fez mesmo a diferença, mas a Gabriela nasceu uma semana antes do previsto (39 semanas e 1 dia) e o parto foi rápido (11 horas). Então, minha boa gente, se alguém quiser seguir a dica. Não sei se no Brasil tem chá de framboesa, porque eu nunca comi framboesa aí (nem cerejas frescas – mas acreditem que ambas são muito boas!). Mas o chá de canela vale a pena tentar. Bom, deixa eu começar logo com o que interessa né?

Eu comecei a sentir umas cólicas pequenas na segunda-feira (13.06.2011), e veio um pouquinho do tampão. No começo, pensei: será que isso é o trabalho de parto? Até achei as dores bem lights e pensei que o meu pavor da dor do parto fosse bobeira. Mas, as cólicas não evoluíram e pararam. Na terça-feira, uma amiga brasileira veio aqui em casa com o bebê dela de 9 meses e nós fizemos um lanche e conversamos a tarde toda. Mas lá pro fim do dia (umas 19 horas), eu já estava a sentir as cólicas de novo. Só que elas apareciam assim a cada 15 minutos, e depois dava um intervalo de 30 minutos, sumia. E eu achei que não ia dar em nada de novo. A minha amiga foi embora, meu marido chegou do trabalho, jantamos, vimos TV, e eu fui dormir crente que tinha sido mais um dia sem trabalho de parto. Quando dá uma 1:30 da madrugada, eu acordo sentindo mesmo umas dores fortíssimas. Agora não era só a cólica, era uma dor horrível na lombar. Eu não conseguia ficar deitada e me levantei. Comecei a andar pela casa de um lado pro outro. Fui no banheiro, mais sangue e tampão. Comecei a pensar – isso deve ser mesmo o trabalho de parto. Pelo que eu li, dá mesmo essa dor horrível nas costas. Fui cronometrar. A dor vinha a cada 7 minutos. Longe do ideal para ir ao hospital, além de que a minha bolsa não tinha estourado. Resolvi tentar a banheira. Enchi a banheira de água quentinha, pus uns sais de banho relaxante (com camomila) que eu tinha comprado, e me deitei. As dores vinham ainda de 7 em 7 minutos, mas dava para suportar melhor. E eu dormia entre uma contração e outra. Fui tentando aguentar essa situação até as 4 da manhã. Daí que eu já não aguentava mais e resolvi sair da banheira. Comecei a caminhar pra ver se acelerava o TP e eu podia ir logo para o hospital. As contrações começaram a vir mais freqüentes com intervalos de 3-4 minutos. Resolvi ligar para o hospital. A parteira disse para eu esperar mais um pouco e voltar para a banheira. Que ódio dela. Eu fiquei pensando – ai, será que vou dar o mico de ficar chorando de dor e não ter dilatação nenhuma? Será que vou passar dias sentido essas dores? Voltei para a banheira, decidida a esperar só até as 6 da manhã. Nessa hora meu marido teria que levantar para ir trabalhar, e eu ia falar pra ele me levar pro hospital. Quando deu seis horas, eu tava morta de cansada e de dor. Saí da banheira, liguei pro hospital e disse que eu ia ir pra lá porque já não aguentava mais. A parteira disse que tudo bem, que eles iriam esperar por mim. Acordei meu marido e ele ligou para o trabalho avisando que ia me levar para o hospital – caso eu fosse ter mesmo o bebê, ele não ia ir trabalhar, caso ainda não tivesse em TP, ele ia chegar mais tarde.

Bem, minha gente... o relato ficou mesmo grande, então vou postar a segunda parte amanhã com os detalhes do que aconteceu no hospital, okay?

Aqui uma das fotos que tirei na terça a noite, porque pensei (acertadamente) que ia querer umas fotos do último momento com a barriga!



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