A minha pitoquinhas!

A minha pitoquinhas!
Gabriela, 3.450 g, 50 cm, 15.06.2011

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Relato de parto - parte final

Então vou continuar o post que comecei ontem:

Como eu disse no post anterior, eu já tava preparada para ir para o hospital. Na minha opinião as dores estavam já fortíssimas e insuportáveis, mas eu tinha uma pontinha de dúvidas se não ia chegar lá e ter que voltar pra casa por que o TP não ia estar adiantado. Eu chorei um pouco porque a dor era muito forte. Enquanto isso meu marido se arrumava e tomava café da manhã. E foi me dando uma raiva dele demorar tanto. Eu ali pronta pra ir e ele a tomar banho, café... enfim, respirei fundo pra não começar a xingar, né? É preciso ter paciência, porque ele para se arrumar já viu! Fomos para o hospital que não é muito longe daqui de casa. Marido achando que eles iam me mandar pra casa de novo. Chegou lá e a parteira (uma mocinha novinha, que eu até tinha visto no dia da consulta que fiz com outra parteira) me atendeu, e me colocou no cadiotoco pra medir os batimentos do bebê e as contrações. Tive que ficar nesse treco por quase 1 hora – era para ser 30 minutos, mas o aparelho perdeu o sinal do coração do bebê durante um pedaço do tempo e tive que ficar lá ainda mais tempo.

Feito isso ela me examinou pra ver a dilatação. Eu rezando para ter pelo menos uns 4-5 cm. Ela vira e diz que estou com 7 cm e que estava evoluindo muito bem. Eu viro pra ela e digo que quero a epidural. Ela diz que irá chamar o médico anestesista, mas que precisa me colocar no soro e tirar sangue para uns exames. Feito isso, ela me põe numa sala de parto. Uma sala pequena. Não tinha banheira, não tinha bola, não tinha o banquinho para ter o parto na vertical. Aliás, de tudo que eles mostraram no tal tour do hospital, ali só tinha mesmo a cama redonda. Como eles dizem que com a anestesia, você não pode mesmo andar... nem me preocupei com esses detalhes. E a parteira também não me ofereceu nada. Eu pergunto de novo pela anestesia. Ela diz que vai ver. Depois volta e diz que o médico está numa emergência e assim que der vai aplicar a anestesia. Eu pergunto se não existe nada para a dor no meio tempo. Ela oferece o tal gás. Gente, brincadeira, aquilo nem pra placebo serve. Não adiantava de nada! Já são umas 9 da manhã e nada de anestesia. As dores começam a ser contínuas – intervalo mínimo e eu começo a gritar feito uma louca mesmo. Porque se o tal gás não ajuda e elas não me dão a porra da anestesia, gritar pelo menos é catártico. E parece horrível pra quem tá de fora, mas ajudava, era a única coisa que ainda ajudava. Pelo menos a parteira não veio me pedir pra não gritar, porque se ela tivesse feito isso, acho que tinha mandado ela pra pqp.

Eu peço mil vezes pela anestesia. Nada ainda. Pergunto se posso tomar um banho. Ela diz que tudo bem. Vou tentar tomar um banho. Tem mais sangue a sair e o banho ajuda assim uns 5%, mas era de chuveiro, e eu não to conseguindo ficar de pé mais. Volto e deito na cama, só enrolada na toalha. A tal parteira nunca ficou lá comigo o tempo todo. Ela vinha de meia em meia hora checar como estavam as coisas. Dessa vez me deu uma compressa quente para por nas costas. Ajudou também um pouco. Por volta das 11:00, acho eu, ela vem medir a diltação e eu já tenho a dilatação completa e a cabeça do bebê tá encaixada. Só que ainda falta descer um pouco. Ela pergunta se pode estourar a bolsa. Eu digo que não, meu marido diz que sim. É, o meu marido estava comigo o tempo todo. Ele que me ajudava, colocando a máscara de gás no meu rosto (coisa que eu duvidava que estivesse ajudando, mas... quando se está desesperada, se tenta de tudo). Ele fez uma compressas de água para por no meu rosto, porque eu suava sem parar com toda aquela dor. A parteira diz que estourar a bolsa vai ajudar a acelerar o trabalho de parto. Mas e a anestesia??? Eu ainda tinha alguma esperança, coitada de mim! Ela estoura a bolsa, apesar do meu desespero. A água estava límpida e a parteira e a médica residente ficam satisfeitas. Dizem que agora eu só tenho que puxar e o bebê vai nascer e ...– elas vão embora e me deixam ali. Como assim gente? Puxa e o bebê nasce e ninguém pega ele? Meu marido tenta me acalmar, diz que elas devem saber o que tão fazendo.

Agora, as dores nas costas pararam. E começou uma vontade louca de puxar. Eu empurro e grito, grito, grito. Eu sinto a cabeça do neném passando pelo canal. Pelo amor de Deus, chama a parteira que essa criança vai nascer!!!! Meu marido diz que ainda não consegue ver a cabeça. Mas eu sinto, ela tá perto de sair. Ninguém vem. Já vai dar 12:00. Eu puxo, puxo e grito muito. Agora o marido diz que começa a ver a cabeça. Veja bem, que o meu marido é que estava sendo a parteira. Se o bebê nasce, era ele que tinha que pegar a criança. Que ódio daquela parteira desgraçada que nunca mais aparece. E nunca mais apareceu mesmo. Eu estou lá gritando horrores, e eis que vem uma outra parteira. Uma mulher bem mais velha. Ela olha e diz que o bebê vai nascer. Eu começo a chorar. Digo que não vou conseguir. Que eu queria anestesia, que está doendo muito. Ela diz que vai me dar algo para a dor. E coloca algo no soro. Não sei se é verdade. Acho que foi mentira, porque a dor não diminuiu em nada. Ela fala para eu ficar de lado e fazer apenas força, sem gritar, porque estava desperdiçando energia do puxo. Eu tento, a cabeça começa a sair, mas não passa. Eu sinto que a pele da vagina não deixa a cabeça passar. Tentamos algumas vezes nessa posição e eu volto para a posição deitada. Agora ela diz pro meu marido segurar uma perna, a médica segura a outra e eu faço bastante força, mas mesmo assim a cabeça chega ali e não consegue passar. A contração acaba e eu não consigo empurrar sem ela. É estranho. A cabeça parece que volta pra trás um pouco sem a contração. Vejo a parteira pegar algo, como se fosse uma lima. Sei que ela vai me cortar. Tenho medo, choro, ela diz que o bebê tem que nascer. Me dá um medo de tudo – eu tenho que ter esse bebê, mas não sei se consigo fazer força, pois sei que isso vai fazer um rasgo. Na próxima contração, sinto que ela começa a cortar a pele a medida que faço força. E dói sim aquele corte. Eu tento só puxar, mas no meio ainda solto uns gritinhos de dor. E de repente, pluft. O bebê sai inteirinho e o alívio é total.

Olho e ela está ali perfeitinha. A parteira pega a Gabriela e ela chora (ainda bem). Meu marido pega a máquina e tira uma foto. Ela ali com o cordão umbilical e tudo (essa foto aí ao lado escrito nascimento). A parteira pergunta se ele quer cortar o cordão. Ele pega a tesoura e corta onde ela manda. Ela enrola a Gabriela numa toalha e põe em cima de mim. Que coisinha pequena. Toda coberta ainda com aquele muco. Ela para de chorar e fica ali nos meus braços. Abre só um olhinho, o outro tá coladinho com muco. Pergunto a parteira se está tudo bem, ela diz que já já ela abre o olho. Ela fica ali, deitada e depois de alguns minutos começa a estalar a boquinha, chupa o dedinho e fica procurando algo para chupar. Ela já nasceu com vontade de mamar. Depois que a placenta saiu e a médica terminou de dar os pontos, a parteira vem pra me ajudar a colocá-la para mamar. Eu nem tinha colostro antes dela nascer, e tenho aquele medo de que não saia nada. Mas ela mama e mama e parece satisfeita. Penso eu, que deve ter saído alguma coisa. Meu marido fica louco para pegar ela no colo também. Afinal, ele esteve ali por todo processo, só que as primeiras horas com ela no colo foram minhas. Ele pega ela. O verniz já saiu quase todo e ela tá quase toda limpinha. Na Suiça eles não dão banho nos recém-nascidos. Dizem que esse verniz faz bem pra pele. Só umas 2-3 horas depois do nascimento é que eles pesaram e mediram a Gabriela – 3.450 g e 50 cm. As primeiras horas foi só pra gente curtir com ela. Eu me sinto muito bem depois do parto, levanto e vou tomar um banho. Com a anestesia local que deram para os pontos, eu praticamente não sinto mais dor nenhuma (até que enfim, né????). Já temos a nossa pitoca nos braços e todo o ódio contra a parteira fica em segundo plano! A gente só quer conhecer essa coisinha fofa. Tiramos muitas fotos, colocamos roupinha nela – roupinha do hospital, porque aqui você não precisa levar nada para o bebê – só a roupa de sair da maternidade! Ela fica linda de macacão laranja. Uma fofura!!!!

Agora sim, começou mesmo a nossa viagem na maternidade!

Um comentário:

  1. Olá Ale! Navegando por essa blogosfera, cai aqui. Tambem to começando um blog materno, nossos blogs nasceram praticamente juntos.. hehehe Tambem sou mae de uma princesinha. Nossa fiquei boba com o descaso dos medicos com sua anestesia, que absurdo! Mas pelo menos seu parto foi ate rápido né?! Parabens, a Gabriela é linda! Vou seguir vc ta? Bjs

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