A minha pitoquinhas!

A minha pitoquinhas!
Gabriela, 3.450 g, 50 cm, 15.06.2011

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Notícias de Portugal

Passando aqui rapidamente para contar as novidades de Portugal.

A viagem de avião foi tranquila. A Gabriela veio ao peito a viagem quase toda e assim não chorou.
O sobrinho do meu marido será o padrinho da Gabi e preparou um bercinho, alcofa, roupinha de cama, tudo para quando ela chegasse. Foi a primeira vez que a Gabi dormiu num bercinho longe de nós e eu estava desconfiada de que ela não fosse se dar bem com o arranjo. Mas não foi que ela dormiu 7 horas seguidas? Um luxo só. Fiquei pensando que quando voltar para casa preciso experimentar deixá-la no bercinho ao lado da nossa cama.
Esse luxo de dormir 6-7 horas seguidas durou apenas alguns dias. Desde quarta-feira que a Gabriela voltou ao ritmo de acordar várias vezes por noite. E pior, não tem feito nenhuma caquinha... hoje já o terceiro dia de tormento. Eu fico aqui rezando para que ela faça alguma coisa. Coraçãozinho de mãe apertado. Já não sei o que fazer: já tentei massagem, gotinhas anti-gases, termometro anal. E todos pensam que ela está mal alimentada e como ela chorava quase de hora em hora, resolvi comprar o leite da farmácia para experimentar (com muita dor no coração por achar que o meu leite não a está alimentando). Ela tomou 60 ml na primeira mamadeira. Depois tentei dar outra 3 horas depois e ela não quis de jeito nenhum. Mamou no peito e dormiu. Acordou 2 vezes a noite e mamou no peito novamente. Hoje de manhã apesar de ter dado o peito dei-lhe a mamadeira e ela tomou mais 40 ml. Estou tentando agora alternar entre o peito e a mamadeira. Assim ninguém da família fica me olhando torto e dizendo que a menina tem fome.
Família é duro (ainda mais quando são da parte do seu marido).

O tempo estyá frio por aqui também. Gente para onde foi o verão???
A Gabriela ainda não teve chance de ficar só de body, com o corpinho mais livre. Queria tanto vê-la assim mais soltinha. Mas como pode? tá de macaquinho, body de manga comprida e casaco. Além de dormir de cobertor. Afff... tenho que ir para o Brasil!!!!!!!!!!!!!

Alguém reza comigo para essa prisão de ventre acabar?
Bjos

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Viagem para Portugal!

Hoje a Gabriela vai fazer sua primeira viagem de avião. Vamos para Portugal visitar o vovô Albertino e a vovó Emília e todos os titios irmãos do papai. Vai ser uma festa só - porque a família é super animada. Como a viagem é curtinha (2:30 minutos daqui de Zurique até o Porto), espero que não seja estressante para a nossa pitocas. Depois eu conto como foi para ela.

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Bom, como eu disse no post anterior, a Gabi foi para a segunda consulta com o pediatra. E foi dia de tomar vacina - duas injeções enormes, uma em cada perna. Essas duas vacinas cobrem 7 doenças - entre elas hep B, polio, pneumonia, difteria, e outras que já esqueci - e ela vai ter que repetir a dose aos 4 meses. Ela chorou bastante na hora, chegou a ficar toda vermelha. Mas também se acalmou rápido no colinho da mamãe. É de dar dó, porque a pernina dela até ficou meio inchadinha onde ela levou a picada. Mas ela não teve febre - na minha opinião ficou um pouco quentinha e sonolenta nesses últimos dias, mas não passou disso.

Ela continua fofíssima e carinhosa. Sorri e adora brincar de tentar agarrar o móbile. E de se balançar no BabyRelax.



Ontem até tomou banho sem chorar (vou te contar que essa menina não gosta de tomar banho??? eu não sei por quê? e ela é o único bebê que parece odiar o tal balde - tem medo horrível de ficar lá dentro).

Tomara que isso mude a medida que ela for crescendo, porque eu simplesmente acho banho uma coisa tão gostosa - e também queria que ela gostasse de água, que se divertisse a brincar lá dentro. Eu não sei se ela pegou algum trauma. Ela é meio medrosinha e basta água passar no rosto dela que algumas vezes ela se engasga. Talvez seja daí o medo, né? Mas eu não vou desisitir não minha gente, eu vou sempre tentar reverter esse medinho.




Bom, é provável que eu tenha pouco tempo de postar nessas 2 semanas que estão para vir. Mas sempre que for possível darei uma passada aqui para atualizar o blog e s epossível visitarei os blogs que gosto de acompanhar!

Beijos a todos - nós vamos ir aproveitar o verão!!!!!!!!!!!!!!!

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Amamentar uma pitocas

Eu tinha muita vontade de amamentar, mas tinha também medo de não conseguir. A maioria das mães recentes que conheço não tinham amentado (não as mães virtuais, essas sim exemplos de que a amamentação funciona). Então, fiquei pensando que talvez fosse ter problemas para amamentar. Eu até ia deixar tudo preparado para dar mamadeira. Pensei em comprar logo um daqueles jogos de mamadeiras, esterilizador, coisa e tal. Mas quer ver uma coisa engraçada? a vendedora da loja de bebê me convenceu a não comprar as mamadeiras. Ela disse que era melhor esperar para ver como o bebê se adaptava. Bem, até hoje (ela já tem 2 meses), a Gabi só tem uma mamadeira que usamos para dar um chazinho de camomila ou erva-doce de vez em quando. Mas nem tudo foi (ou é) fácil.

A Gabriela pegou o peito logo assim que nasceu. Ela nunca teve problemas em mamar em ambos os seios. Eu não tinha nenhum colostro antes dela nascer. Nunca saiu sequer uma gotinha. Mas ela nasceu, veio para o peito e ficou ali mamando toda feliz. Claro que a dor no bico do seio apareceu logo a seguir. Ela ficava ali a chupar mesmo com força e os bicos ficavam a arder. Após a primeira noite, a dor no peito era forte. Você dá de mamar a olhar para o outro lado, a bater o pé no chão, porque o bebê (mesmo sem dente) parece que tá mastigando o peito. E não foi porque ela tinha pegada incorreta não. As enfermeiras vinham sempre ver como ela estava mamando e estava tudo certo com a pegada. Mas eu não tinha feito nenhuma preparação do bico. Então, me deram aquela pomadinha de lanolina 100%. A pomada ajuda com a ardência e evita rachaduras. Mas como o bebê tá sempre mamando, parece que não dá muito tempo para cicatrizar depois que o bico começa a arder. Para mim o melhor mesmo foi o tal bico de silicone. Passei a usá-lo a partir do segundo dia e foi o que ajudou mesmo a melhorar a dor. Até hoje eu uso porque a Gabriela se acostumou com ele e não pega direito no seio sem o bico de silicone. E olha que até hoje amamentar faz dor. De tempos em tempos o peito volta a doer e mesmo com o bico de silicone, a ardência volta. Só que são dores mais passageiras - volto a usar a pomadiha e passa. A maior parte do tempo agora consigo amamentar sem problema algum, na maior paz. Uma felicidade!

Bem, mas o comecinho foi ainda difícil por causa da decida do leite. Nos dois primeiros dias de vida a Gabriela perdeu 7% do peso de nascimento.As enfermeiras no hospital ficaram preocupadas e disseram que ela não poderia ir para casa se não começasse a recuperar o peso. Eu tinha que amamentá-la de 3 em 3 horas no mínimo. Meu peito tava duro com a tal chegada do leite, mas eu não sabia se o leite tava saindo quando ela mamava. Eu não conseguia ver nenhum sinal de leite. E o pior, ela começou a não querer mamar. Dormia sem parar e eu não conseguia acordá-la. Ela dormiu umas 5-6 horas seguidas, e embora eu tentasse acordá-la, ela não mamava. Fechava a boca e não sugava. E eu fui desesperando, né? Achei que aquela letargia era falta de energia, fraqueza porque meu leite não vinha. Tentei tirar leite com a bomba eletrica no hospital, mas em 20 minutos só consegui 20 ml. Chorei muito. Achei que não ia conseguir sair do hospital porque a Gabriela iria ficar abaixo dos 10%. Felizmente, na hora da pesagem a Gabriela tinha engordado 20 g e pode vir para casa. Para você ter uma idéia, a Gabi nasceu com 3.450 g e saiu do hospital com 3.180 g.
Ser liberada para ir para casa não diminuiu o estresse. Chegamos em casa e eu mandei meu marido correndo na farmácia. Era sábado e na suiça tudo fecha no domingo, portanto não queria ficar sem nada para o fim de semana. Na lista de compras: uma mamadeira, uma lata de leite e dois cold-hot packs (essa compressa com gel que pode ser aquecida e resfriada). Comecei a fazer massagem e a colocar a compressa quente no peito antes de oferecer para a mamada. E começou a resultar: dava pra ver leitinho escorrendo da boca da Gabriela. O peito, no entanto, continuava a doer e ardia, parecia que estava a ferver de tão quente que ficava. Então, após as mamadas, eu colocava a compressa fria e isso ajudava porque inibe a produção do leite. O uso dessas compressas (quente antes da mamada e fria após a mamada) ajuda bastante a evitar que o leite empedre no seio. O meu já parecia uma pedra no primeiro dia, por isso o uso estratégico dessas compressas foi essencial, ou eu ia acabar tendo pedras no seio.
No domingo a enfermeira veio até a minha casa ver como estava a Gabriela. Na Suiça você tem direito ao acompanhamento em casa até o 10. dia de vida do bebê e, caso haja recomendação médica, esse prazo pode ser extendido. Além disso, você pode ter 3 consultas extras para resolver problemas com a amamentação. Essa enfermeira checou como a Gabriela estava, retirou o resto do umbiguinho que já estava seco e disse que ela estava mamando muito bem. Ela não quis pesar a Gabriela porque, segundo ela, é normal a perda de peso nos primeiros dias e que no hospital eles fazem mais pressão com esses números. Ela disse que eu não deveria me estressar e sim ir amamentando a minha filha. Esse tipo de estresse acaba levando muitas mães a dar o leite artificial. Bem, posso dizer que esse teria sido o meu caso. Com o estresse que passei no hospital, eu tava pronta para dar o leite artificial caso a Gabriela não tivesse ganho peso. Já tinha a lata de leite ali a mão. Mas graças a Deus acabei não usando.
É um pouco difícil passar pela pressão das outras pessoas. Todo mundo fica perguntando se você tem leite o suficiente. O bebê dá uma choradinha e eles acham logo que é de fome, mesmo ele tendo mamado a poucos minutos atrás. Ficam todos a achar que seu leite não é suficiente, que a criança tem fome... mas como eu digo, se tivesse passando fome não tava engordando, minha gente. A Gabi atingiu 4.300 g e 55.5 cm no primeiro mês.
Hoje vamos ter a consulta do segundo mês com o pediatra e vamos ver quanto ela já conseguiu atingir. Além disso, hoje ela vai receber as primeiras vacinas. Tomara que não haja nenhuma reação a elas. Deus ajude!!!

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Relato de parto - parte final

Então vou continuar o post que comecei ontem:

Como eu disse no post anterior, eu já tava preparada para ir para o hospital. Na minha opinião as dores estavam já fortíssimas e insuportáveis, mas eu tinha uma pontinha de dúvidas se não ia chegar lá e ter que voltar pra casa por que o TP não ia estar adiantado. Eu chorei um pouco porque a dor era muito forte. Enquanto isso meu marido se arrumava e tomava café da manhã. E foi me dando uma raiva dele demorar tanto. Eu ali pronta pra ir e ele a tomar banho, café... enfim, respirei fundo pra não começar a xingar, né? É preciso ter paciência, porque ele para se arrumar já viu! Fomos para o hospital que não é muito longe daqui de casa. Marido achando que eles iam me mandar pra casa de novo. Chegou lá e a parteira (uma mocinha novinha, que eu até tinha visto no dia da consulta que fiz com outra parteira) me atendeu, e me colocou no cadiotoco pra medir os batimentos do bebê e as contrações. Tive que ficar nesse treco por quase 1 hora – era para ser 30 minutos, mas o aparelho perdeu o sinal do coração do bebê durante um pedaço do tempo e tive que ficar lá ainda mais tempo.

Feito isso ela me examinou pra ver a dilatação. Eu rezando para ter pelo menos uns 4-5 cm. Ela vira e diz que estou com 7 cm e que estava evoluindo muito bem. Eu viro pra ela e digo que quero a epidural. Ela diz que irá chamar o médico anestesista, mas que precisa me colocar no soro e tirar sangue para uns exames. Feito isso, ela me põe numa sala de parto. Uma sala pequena. Não tinha banheira, não tinha bola, não tinha o banquinho para ter o parto na vertical. Aliás, de tudo que eles mostraram no tal tour do hospital, ali só tinha mesmo a cama redonda. Como eles dizem que com a anestesia, você não pode mesmo andar... nem me preocupei com esses detalhes. E a parteira também não me ofereceu nada. Eu pergunto de novo pela anestesia. Ela diz que vai ver. Depois volta e diz que o médico está numa emergência e assim que der vai aplicar a anestesia. Eu pergunto se não existe nada para a dor no meio tempo. Ela oferece o tal gás. Gente, brincadeira, aquilo nem pra placebo serve. Não adiantava de nada! Já são umas 9 da manhã e nada de anestesia. As dores começam a ser contínuas – intervalo mínimo e eu começo a gritar feito uma louca mesmo. Porque se o tal gás não ajuda e elas não me dão a porra da anestesia, gritar pelo menos é catártico. E parece horrível pra quem tá de fora, mas ajudava, era a única coisa que ainda ajudava. Pelo menos a parteira não veio me pedir pra não gritar, porque se ela tivesse feito isso, acho que tinha mandado ela pra pqp.

Eu peço mil vezes pela anestesia. Nada ainda. Pergunto se posso tomar um banho. Ela diz que tudo bem. Vou tentar tomar um banho. Tem mais sangue a sair e o banho ajuda assim uns 5%, mas era de chuveiro, e eu não to conseguindo ficar de pé mais. Volto e deito na cama, só enrolada na toalha. A tal parteira nunca ficou lá comigo o tempo todo. Ela vinha de meia em meia hora checar como estavam as coisas. Dessa vez me deu uma compressa quente para por nas costas. Ajudou também um pouco. Por volta das 11:00, acho eu, ela vem medir a diltação e eu já tenho a dilatação completa e a cabeça do bebê tá encaixada. Só que ainda falta descer um pouco. Ela pergunta se pode estourar a bolsa. Eu digo que não, meu marido diz que sim. É, o meu marido estava comigo o tempo todo. Ele que me ajudava, colocando a máscara de gás no meu rosto (coisa que eu duvidava que estivesse ajudando, mas... quando se está desesperada, se tenta de tudo). Ele fez uma compressas de água para por no meu rosto, porque eu suava sem parar com toda aquela dor. A parteira diz que estourar a bolsa vai ajudar a acelerar o trabalho de parto. Mas e a anestesia??? Eu ainda tinha alguma esperança, coitada de mim! Ela estoura a bolsa, apesar do meu desespero. A água estava límpida e a parteira e a médica residente ficam satisfeitas. Dizem que agora eu só tenho que puxar e o bebê vai nascer e ...– elas vão embora e me deixam ali. Como assim gente? Puxa e o bebê nasce e ninguém pega ele? Meu marido tenta me acalmar, diz que elas devem saber o que tão fazendo.

Agora, as dores nas costas pararam. E começou uma vontade louca de puxar. Eu empurro e grito, grito, grito. Eu sinto a cabeça do neném passando pelo canal. Pelo amor de Deus, chama a parteira que essa criança vai nascer!!!! Meu marido diz que ainda não consegue ver a cabeça. Mas eu sinto, ela tá perto de sair. Ninguém vem. Já vai dar 12:00. Eu puxo, puxo e grito muito. Agora o marido diz que começa a ver a cabeça. Veja bem, que o meu marido é que estava sendo a parteira. Se o bebê nasce, era ele que tinha que pegar a criança. Que ódio daquela parteira desgraçada que nunca mais aparece. E nunca mais apareceu mesmo. Eu estou lá gritando horrores, e eis que vem uma outra parteira. Uma mulher bem mais velha. Ela olha e diz que o bebê vai nascer. Eu começo a chorar. Digo que não vou conseguir. Que eu queria anestesia, que está doendo muito. Ela diz que vai me dar algo para a dor. E coloca algo no soro. Não sei se é verdade. Acho que foi mentira, porque a dor não diminuiu em nada. Ela fala para eu ficar de lado e fazer apenas força, sem gritar, porque estava desperdiçando energia do puxo. Eu tento, a cabeça começa a sair, mas não passa. Eu sinto que a pele da vagina não deixa a cabeça passar. Tentamos algumas vezes nessa posição e eu volto para a posição deitada. Agora ela diz pro meu marido segurar uma perna, a médica segura a outra e eu faço bastante força, mas mesmo assim a cabeça chega ali e não consegue passar. A contração acaba e eu não consigo empurrar sem ela. É estranho. A cabeça parece que volta pra trás um pouco sem a contração. Vejo a parteira pegar algo, como se fosse uma lima. Sei que ela vai me cortar. Tenho medo, choro, ela diz que o bebê tem que nascer. Me dá um medo de tudo – eu tenho que ter esse bebê, mas não sei se consigo fazer força, pois sei que isso vai fazer um rasgo. Na próxima contração, sinto que ela começa a cortar a pele a medida que faço força. E dói sim aquele corte. Eu tento só puxar, mas no meio ainda solto uns gritinhos de dor. E de repente, pluft. O bebê sai inteirinho e o alívio é total.

Olho e ela está ali perfeitinha. A parteira pega a Gabriela e ela chora (ainda bem). Meu marido pega a máquina e tira uma foto. Ela ali com o cordão umbilical e tudo (essa foto aí ao lado escrito nascimento). A parteira pergunta se ele quer cortar o cordão. Ele pega a tesoura e corta onde ela manda. Ela enrola a Gabriela numa toalha e põe em cima de mim. Que coisinha pequena. Toda coberta ainda com aquele muco. Ela para de chorar e fica ali nos meus braços. Abre só um olhinho, o outro tá coladinho com muco. Pergunto a parteira se está tudo bem, ela diz que já já ela abre o olho. Ela fica ali, deitada e depois de alguns minutos começa a estalar a boquinha, chupa o dedinho e fica procurando algo para chupar. Ela já nasceu com vontade de mamar. Depois que a placenta saiu e a médica terminou de dar os pontos, a parteira vem pra me ajudar a colocá-la para mamar. Eu nem tinha colostro antes dela nascer, e tenho aquele medo de que não saia nada. Mas ela mama e mama e parece satisfeita. Penso eu, que deve ter saído alguma coisa. Meu marido fica louco para pegar ela no colo também. Afinal, ele esteve ali por todo processo, só que as primeiras horas com ela no colo foram minhas. Ele pega ela. O verniz já saiu quase todo e ela tá quase toda limpinha. Na Suiça eles não dão banho nos recém-nascidos. Dizem que esse verniz faz bem pra pele. Só umas 2-3 horas depois do nascimento é que eles pesaram e mediram a Gabriela – 3.450 g e 50 cm. As primeiras horas foi só pra gente curtir com ela. Eu me sinto muito bem depois do parto, levanto e vou tomar um banho. Com a anestesia local que deram para os pontos, eu praticamente não sinto mais dor nenhuma (até que enfim, né????). Já temos a nossa pitoca nos braços e todo o ódio contra a parteira fica em segundo plano! A gente só quer conhecer essa coisinha fofa. Tiramos muitas fotos, colocamos roupinha nela – roupinha do hospital, porque aqui você não precisa levar nada para o bebê – só a roupa de sair da maternidade! Ela fica linda de macacão laranja. Uma fofura!!!!

Agora sim, começou mesmo a nossa viagem na maternidade!

sábado, 13 de agosto de 2011

Relato de parto - parte 1


Eu li muitos relatos de parto na blogosfera e também vi vídeoblogs no youtube sobre o tema e isso me ajudou bastante a controlar um pouco a ansiedade para o parto. Até hoje, se entro num blog que eu não conhecia, vou logo procurar o post sobre o parto, porque acho muito emocionante e interessante como cada pessoa vive esse momento. Como não estou no Brasil, e sim na Suiça, eu não tive que lutar por um parto natural como vi muitas mães na blogosfera relatarem. Bem, aqui na Suiça as coisas são diferentes. O seu GO não vai ficar te oferecendo cesária. Aliás, o médico nem sequer te dá essa escolha – aqui não tem essa de oferecer cesária como se fosse um item de menu que você pode escolher. Eles partem do princípio de que você terá um parto natural e, apenas caso seja necessário – por causa de doença ou sofrimento fetal – uma cesária de emergência é realizada.

Então que nas últimas semanas de gravidez, eu já estava assim super ansiosa para ter logo a Gabriela. Por um lado, porque a gravidez já tinha me cansado o suficiente - eu tive assim uns enjôos matinais do início ao fim (sabe aquela vômito amarelo??? Aff), e após o jantar também me sentia mal (tinha que me deitar no sofá e tentar relaxar), além de que no fim do dia minhas pernas estavam sempre inchando; a Gabriela me chutava pra caramba se eu deitasse de lado, de forma que algumas vezes eu tinha que dormir meio que sentada e minhas costas doíam... Por outro lado, eu tinha muito medo do tal parto natural. Como a Lia do blog Um dois, três, saco de farinha fala nesse post aqui, essa história de uma melancia passar pelo buraco onde cabe um limão, me dava arrepios. Eu sei que muita gente fala da beleza do parto natural, mas eu sou bem medrosa e quando via aquilo não conseguia pensar que era natural não. Achava um horror! Não que eu quisesse cesária, porque também achava horrível! Hehehhehe, de preferência, eu queria que a Gabriela nascesse sem que eu tivesse que passar por nem um nem outro (impossível, né? Daí a minha ansiedade!!!!).

Enfim, escolhido o hospital (que aqui você tem que decidir por volta da semana 32), eles te convidam a ter um encontro com as parteiras do hospital para discutir as suas preferências para o parto lá pela semana 36. Na Suiça, os partos são realizados por parteiras (a tal Hebamme) mesmo no hospital. Tem sempre um médico residente para acompanhar o parto (e dar os pontos, caso tenha que fazer a episotomia ou caso rasgue mesmo), e caso seja necessário a cesária, tem um médico mesmo (que aqui eles chamam de Oberartzt) sempre de plantão para realizar esse procedimento. Então que o médico que te acompanhou durante toda a gravidez não faz o parto. O parto é feito pela parteira que tiver de plantão naquele dia. Como eles oferecem a conversa com a parteira, eu marquei a minha consulta com a Hebamme para discutir o que eu queria do parto. Eu não tinha muitos planos não – eu só sabia que não queria parto na água (porque li que não é mesmo a melhor opção – quem sabe um dia possamos discutir esse tópico?) e que queria sim a epidural. Pois é, minha gente, eu queria parto com intervenção sim. Já que ia passar por essa experiência maluca de parir um filho, eu queria tirar as dores alucinantes de cena. Foi essa a única coisa que eu pedi mesmo e perguntei a parteira até quando se podia tomar a epi – afinal muita gente diz que após uma certa dilatação, eles não dão mais. Ela disse que eles davam a epi a qualquer tempo. Sabe, eu tinha feito questão de ir até lá dizer que eu queria sim a epidural, porque uma colega de trabalho que é suiça, me contou que quando teve a filha dela (dois anos antes), a parteira se recusou a lhe dar epidural, embora ela pedisse e implorasse pela anestesia. A parteira era contra e praticamente fez ela ter o filho na cara e na coragem. Outra amiga minha portuguesa que tinha tido o filho em janeiro também não recebeu anestesia nenhuma, embora ela tenha chegado a assinar o termo de responsabilidade e tudo. E olha que eles tiveram que usar a ventosa com ela, e o parto foi super sofrido. Mesmo assim nada de anestesia. Aff, esses relatos me deixavam ainda mais nervosa. Como assim meu Deus? Você pede a porra da anestesia e ninguém te dá?

Aqui existem as noites de visita ao hospital – onde eles te dão um tour pela maternidade – de forma que você possa escolher em qual hospital deseja ter o bebê. Daí, que eles dão planfeto explicando as possibilidades de anelgesia (acumputura, banheira, massagem, aquele gás pra aspirar e a epidural). Eles dizem que você pode escolher o método e dizem que a epidural é muito segura e tal. Tudo lindo e maravilhoso – passando assim a imagem de que você pode escolher e vai ser do jeito que você quiser! Bem, pra adiantar a informação, eu pedi a epidural do início ao fim – e recebi alguma? Nada. Esse sonho de parto sem intervenções que muita mãe descreve, eu tive, detalhe: sem pedir por ele, aliás, implorando por uma intervençãozinha chamada epidural.

Bem, que nessa consulta eu também perguntei sobre os chás – a colega suíça me disse que a parteira dela falou que ela tinha que tomar o chá das folhas da framboesa, porque esse chá ajuda a afinar a cervix e que daí o parto é facilitado. Como ela disse que a mulher recomendou tomar o chá após a 36. semana, eu fui perguntar se devia tomar o chá também. A parteira que me atendeu falou que eu podia tomar o chá se quisesse e que esse chá podia ser tomado durante toda a gravidez sem problema. Só os chás de canela, cravo ou gengibre, que deveriam ser evitados no primeiro e segundo trimestre, mas que agora, se eu quisesse tomar para ajudar a ter o parto não tinha problema. Então minha gente que eu fui na farmácia e comprei o tal chá de framboesa (que não é nada gostoso, mas dá pra tomar) e pra matar dois coelhos com uma cajadada só, eu colocava um pauzinho de canela no chá – que devia ajudar no parto e certamente dava uma ajudinha no sabor! Eu não sei se o chá fez mesmo a diferença, mas a Gabriela nasceu uma semana antes do previsto (39 semanas e 1 dia) e o parto foi rápido (11 horas). Então, minha boa gente, se alguém quiser seguir a dica. Não sei se no Brasil tem chá de framboesa, porque eu nunca comi framboesa aí (nem cerejas frescas – mas acreditem que ambas são muito boas!). Mas o chá de canela vale a pena tentar. Bom, deixa eu começar logo com o que interessa né?

Eu comecei a sentir umas cólicas pequenas na segunda-feira (13.06.2011), e veio um pouquinho do tampão. No começo, pensei: será que isso é o trabalho de parto? Até achei as dores bem lights e pensei que o meu pavor da dor do parto fosse bobeira. Mas, as cólicas não evoluíram e pararam. Na terça-feira, uma amiga brasileira veio aqui em casa com o bebê dela de 9 meses e nós fizemos um lanche e conversamos a tarde toda. Mas lá pro fim do dia (umas 19 horas), eu já estava a sentir as cólicas de novo. Só que elas apareciam assim a cada 15 minutos, e depois dava um intervalo de 30 minutos, sumia. E eu achei que não ia dar em nada de novo. A minha amiga foi embora, meu marido chegou do trabalho, jantamos, vimos TV, e eu fui dormir crente que tinha sido mais um dia sem trabalho de parto. Quando dá uma 1:30 da madrugada, eu acordo sentindo mesmo umas dores fortíssimas. Agora não era só a cólica, era uma dor horrível na lombar. Eu não conseguia ficar deitada e me levantei. Comecei a andar pela casa de um lado pro outro. Fui no banheiro, mais sangue e tampão. Comecei a pensar – isso deve ser mesmo o trabalho de parto. Pelo que eu li, dá mesmo essa dor horrível nas costas. Fui cronometrar. A dor vinha a cada 7 minutos. Longe do ideal para ir ao hospital, além de que a minha bolsa não tinha estourado. Resolvi tentar a banheira. Enchi a banheira de água quentinha, pus uns sais de banho relaxante (com camomila) que eu tinha comprado, e me deitei. As dores vinham ainda de 7 em 7 minutos, mas dava para suportar melhor. E eu dormia entre uma contração e outra. Fui tentando aguentar essa situação até as 4 da manhã. Daí que eu já não aguentava mais e resolvi sair da banheira. Comecei a caminhar pra ver se acelerava o TP e eu podia ir logo para o hospital. As contrações começaram a vir mais freqüentes com intervalos de 3-4 minutos. Resolvi ligar para o hospital. A parteira disse para eu esperar mais um pouco e voltar para a banheira. Que ódio dela. Eu fiquei pensando – ai, será que vou dar o mico de ficar chorando de dor e não ter dilatação nenhuma? Será que vou passar dias sentido essas dores? Voltei para a banheira, decidida a esperar só até as 6 da manhã. Nessa hora meu marido teria que levantar para ir trabalhar, e eu ia falar pra ele me levar pro hospital. Quando deu seis horas, eu tava morta de cansada e de dor. Saí da banheira, liguei pro hospital e disse que eu ia ir pra lá porque já não aguentava mais. A parteira disse que tudo bem, que eles iriam esperar por mim. Acordei meu marido e ele ligou para o trabalho avisando que ia me levar para o hospital – caso eu fosse ter mesmo o bebê, ele não ia ir trabalhar, caso ainda não tivesse em TP, ele ia chegar mais tarde.

Bem, minha gente... o relato ficou mesmo grande, então vou postar a segunda parte amanhã com os detalhes do que aconteceu no hospital, okay?

Aqui uma das fotos que tirei na terça a noite, porque pensei (acertadamente) que ia querer umas fotos do último momento com a barriga!



sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Cheirinho de neném

Eu tô viciada no cheirinho do meu neném. É um cheirinho assim de suor de bebê, com babinha, óleo perfumado mamãe bebê da natura, e leitinho do peito. É um cheiro muito delicioso. É o cheiro da minha cria. E quando você cheira aquele cangote e o seu bebê olha e sorri com aquela banguela toda pra você? É demais – bom demais!!!!

Falta quatro dias para a Gabriela completar 2 meses. Apenas 2 mesinhos e parece que ela esteve aqui a vida toda. Parece que a gente se conhece faz tempo, muito tempo. Eu já nem lembro bem da vida sem ela. E nem consigo imaginar um futuro onde ela não esteja.

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Acho que o relacionamento mamãe & bebê nessa etapa começa a ficar muito rico – os laços de amor começam mesmo a se estabelecer e agora parecem que vão fazendo um nozinho, apertadinho, que deixa a gente com a certeza de que o amor é grande demais.

Eu sei que todo mundo deve se perguntar, como assim, você não amava sua filha desde o primeiro momento??? Amava sim, mas num sei dizer, agora parece que começa a ir para outro nível. Antes do bebê nascer é um amor de imaginação. Você fantasia isso e aquilo, carinhas e beicinhos, braços e abraços, personalidade, festinhas de aniversário e presentes do dia das mães feitos de papel e macarrão. Quando o bebê nasce, vem a realidade e ela não é igual ao sonho. O bebê dorme demais e você se desespera porque ele não come. Ou dorme de menos e você está morta de cansada. Ou basta deitá-lo na cama/berço/carrinho e ele abre o berreiro e você fica com ele no colo o dia todo. E ele chora por outros motivos que você não sabe (e esse não saber é desesperante, afinal é uma coisinha tão pequena a berrar, sofrer, ali na sua frente). Enfim, você se sente esmagada pela realidade e fica desiludida e com dúvidas – to fazendo certo? Será que não entendi o que o meu bebê precisa?

Coisas que fazem mesmo parte dessa maternagem, e acredite, no começo você não sabe mesmo e vai ter que ir testando um truque atrás de outro – e nessas horas vale a pena trocar figurinhas com outra mães reais ou virtuais, perguntar pro médico/enfermeira, ver vídeos no youtube ou googlar, tudo pra aumentar o leque de variedades – até que você vai entrando em sinc com o bebê e aprende um pouco da linguagem dele. Aí sim, começa essa outra fase em que você sente mais mãe – só você sabe por o neném calminho, e entende os diversos tipos de chorinhos e resmungos. Daí você se sente mesmo uma mãe eficiente – você não se questiona mais tantas vezes porque não consegue fazer o seu bebê feliz. Não, agora você sabe arrancar muitos sorrisinhos de felicidade! Ver assim o seu bebê tão feliz vai solidificando o amor, tornando aquele sonho de maternidade menos surreal, mais tangível. Pronto, mesmo quando o bebê resolve acordar de hora em hora de madrugada, você não se sente tão miserável – você começa a pensar no que pode estar afetando o bebê, você começa a falar a língua dele e dá um desconto – dá mais um carinho e sente que o seu pitoco/pitoca retribui.

Isso não tem mesmo preço.

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

A nossa estréia na Blogosfera

Olá a todos quanto possa interessar!

Eu sou a Ale, mãe da Gabriela, e esse blog é voltado para a experiência da maternidade que eu estou a descobrir com a minha filhota.
Desde as últimas semanas de gravidez, eu vinha acompanhando diversos blogs de mamães. Eles serviram de curso de preparação, de conselheiros, de aprendizado. Agora minha bebê tem quase 2 meses e eu resolvi começar a registrar/partilhar algumas das minhas experiências. Assim, quem sabe, alguém pode se beneficiar das minhas estórias, ou mesmo a minha filha um dia possa ler e ver as delícias e dificuldades do caminho que eu percorri com ela.

Agora que sou mãe, redescobri muitas coisas: me aproximei mais de Deus (eu que tinha deixado a religião bem de lado...), pois nos muitos momentos em que me senti perdida, eu pedi a Deus para proteger a minha bebê, para guardá-la da dor - quando eu claramente nada podia fazer - para me dar paciência e força; descobri também mais formas de carinho (o sorriso de um bebê é o carinho mais gostoso do mundo!) e uma nova forma de amor (que é esse tal amor de mãe); redescobri todos os meus medos (porque a gente fica com medo dos acidentes domésticos, da maldade no mundo, das nossas próprias fraquezas); e acho que estou tendo mais insight sobre a condição humana e assim melhorando enquanto pessoa.

Tudo isso leva a gente a querer partilhar, contar as alegrias e tristezas desse percurso. Espero que essa seja ainda mais uma oportunidade de crescer com essa experiência!

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Sobre o nome desse blog:
A Gabriela desde que nasceu ouve vários apelidinhos carinhosos que lhe dou dependendo da ocasião, do nosso momento - pitocas é um dos que mais gosto de chamá-la. É um tal de: vem aqui minha pitocas!; chamou a mamãe, pitocas?; num chora, minha pitocas!
O apelidinho evolui naturalmente de pequena, pequenina, pequetita...

Além desse eu uso muitos outros como pipoca, flor, coração pequenino, guiii (por causa do barulhinho que ela faz com a boca quando começa a balbuciar!) e titi (porque esse faz ela rir muito)... enfim os apelidos carinhosos dessa pitocas não têm fim...
Só espero que ela não cresça assim muito depressa, tornando o apelido totalmente obsoleto!


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